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Colaboração é a nova tendência entre franquias

Colaboração é a nova tendência entre franquias
Respondido por Lyana Bittencourt, especialista em franquias

É muito interessante viver numa época em que muito se constrói na base da colaboração. Com frequência, recebemos notícias de empresas alavancadas por investimentos de desconhecidos, por meio de crowdfunding.

Também é comum ouvirmos sobre ações de crowdsourcing, como a criação de novos produtos construídos com base em ideias de diversas frentes. Neste sentido, quero dar minha contribuição propondo a criação do crowdmarketing para as redes de franquias.

Os franqueados de uma rede são a principal fonte dos desejos de seu cliente final. São eles que trazem as receitas de como conectá-lo com a marca, como engajá-lo com uma campanha, como fazê-lo, enfim, comprar mais o seu produto ou serviço.

Imagine uma rede com unidades em municípios nas 5 regiões desse país – com culturas e costumes distintos. Imagine cada um dos franqueados tendo ideias e mais ideias de como poderia falar de uma forma mais cativante com o cliente da sua loja. Imagine a riqueza disso! Agora imagine também você desperdiçar isso tudo em razão de não ouvir e não dar valor a essa colaboração.

Me parece que vivemos num mundo onde desperdiçar boas ideias não faz muito sentido. Então, por que não envolver os franqueados, desde o início, no desenvolvimento do marketing da sua rede?

E sim, no início, dois cenários antagônicos podem acontecer. Ou uma chuva de ideias fazendo com que você tenha muito trabalho para separar o joio do trigo, ou um silêncio absoluto. Caberá a você fazer acontecer o equilíbrio entre esses dois pontos, o que pode ser obtido das mais diferentes formas.

Uma que considero muito eficaz é a formação de grupos de trabalho de acordo com a proximidade geográfica. Por exemplo, franqueados da região sul formando um comitê para discutir ações que sejam eficazes em seu território de atuação, e esse mesmo movimento acontecendo em todas as demais regiões. Um representante de cada um desses grupos se integra ao comitê de marketing da rede e vai discutir o planejamento junto com a franqueadora. Ou seja, forma-se um grupo engajado, organizado e com a participação de todas as unidades.

Os franqueados de hoje, mesmos os novos no sistema, sabem que o fundo de marketing não é parte da receita da franqueadora. Ele deve ser revertido integralmente em prol da rede, de sua divulgação e fortalecimento da marca. É aqui que se revela o levantamento coletivo de recursos para uma ação maior em prol de todos.

O franqueado sozinho geralmente não consegue ter o capital necessário para investir em uma ação de impacto nacional, mas juntando-se o investimento de todos os franqueados da rede, ações mais impactantes e que requem um investimento maior começam a se viabilizar.

E, para evitar questionamentos, desconfianças e baixa aderência às ações de marketing desenhadas para a rede, nada melhor do que, desde o início, trazer para a rede esse conceito de co-criação. Participando ativamente do planejamento, fica mais fácil para o franqueado comemorar as vitórias e, por que não, também dividir as responsabilidades de uma ação equivocada.

Lyana Bittencourt é especialista em franchising e diretora de Marketing e Desenvolvimento do Grupo Bittencourt.

Fonte: EXAME.com