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Após grandes churrascarias, franquias de steakhouse abrem unidades no exterior

PORTAL IG ECONÔMIA – PATRÍCIA BASÍLIO – 28/08
 
Depois do sucesso de grandes churrascarias brasileiras no exterior, como Fogo de Chão e Porcão, as franquias de churrasco, mais conhecidas como steakhouses, também estão ganhando um espaço no território estrangeiro. O principal atrativo desses restaurantes é o estilo brasileiro de cortar e preparar a carne.
 
Segundo Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), existe um interesse muito grande de investidores estrangeiros no modo brasileiro de fazer franquia e no estilo verde-amarelo de preparar carnes. O resultado dessa somatória é um mercado bastante promissor para churrascarias nacionais.
 
O investimento inicial para uma unidade no exterior, no entanto, é bastante salgado para micro e pequenos empresários: na ordem de US$ 1 milhão (em torno de R$ 2,39 milhões). O valor se deve ao tamanho das unidadeS – algumas chegam a 600 m² – , custo dos equipamentos e à sofisticação do espaço.
 
“Nem sempre as franquias estão dispostas a fazer um investimento tão alto. Também há o desafio de padronizar os produtos, principalmente devido à dificuldade de encontrar bons fornecedores de carne”, avalia Camargo.
 
O treinamento dos funcionários também é desafio para churrascarias brasileiras no exterior, na avaliação de Lyana Bittencourt, diretora de marketing e desenvolvimento do Grupo Bittencourt.
 
“Os colaboradores estrangeiros precisarão ser imersos na cultura da marca, de forma que transmitam no atendimento e na prestação dos serviços os mesmos princípios das operações no Brasil”, afirma.
 
A steakhouse brasileira L’Entrecôte de Paris chega à Miami, nos Estados Unidos, na primeira semana de setembro. E, de acordo com Rodrigo Ferreira, gerente-geral da franquia, há convites para novas unidades na Colômbia, Argentina, México e Arábia Saudita.
 
“A competitividade [fora do País] é grande. Apostamos na consolidação do nosso projeto no Brasil para poder repetir o sucesso fora dele”, explica Ferreira.
 
Para manter o padrão brasileiro dos pratos no exterior, a rede realizou testes de produtos e parcerias com os principais distribuidores nacionais. O processo, segundo ele, é bastante complexo. “Um dos grandes desafios foi a produção e repadronização do molho secreto”, diz.
 
O investimento inicial para uma unidade da marca no exterior é de US$ 1,8 milhão (em torno de R$ 4,3 milhões). No Brasil, o montante exigido varia entre R$ 870 mil e R$ 1,28 milhão.
 
A Rock Ribs vai abrir sua primeira unidade no exterior, em Bogotá, na Colômbia, no primeiro semestre do ano que vem. A escolha do país, segundo Luiz Antônio da Cruz, gerente de expansão da rede, se deve à lacuna de franquias de churrascaria na região. “Nosso forte são as costelas e as cebolas fritas. O conceito da marca é unir música à comida”, descreve.
 
Como ainda não encontrou um fornecedor homologado, Cruz afirma que a rede vai levar as carnes brasileiras para a Colômbia. “Essa foi a maneira encontrada para não termos variação no cardápio e mantermos a qualidade dos pratos”, destaca.
 
O investimento inicial da rede no Brasil é até R$ 980 mil, enquanto a taxa de franquia é de até R$ 100 mil. No exterior, o investimento inicial ainda não foi fechado, mas somente a taxa de franquia será cerca de US$ 150 mil (R$ 358.620).
 
A franquia American Prime vai abrir três unidades em Miami e Orlando, nos Estados Unidos, até 2017 — quase uma por ano. Lançada em maio do ano passado, a rede possui duas unidades no Brasil e lançará a primeira filial em São Bernardo do Campo (ABC Paulista) ainda este ano.
 
“Dos 100 pedidos de franqueados que recebemos por mês, quatro são de interessados estrangeiros”, calcula Ricardo Morti, sócio-proprietário da rede.
 
Com investimento inicial de até R$ 2,5 milhões para uma unidade no Brasil, o montante exigido para uma unidade no exterior será semelhante, só que em dólares. “Nossos restaurantes são focados na família, com um ambiente aconchegante e bastante jazz e blues”, complementa o empresário.