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ABF realiza missão comercial ao Peru

Para encerrar a primeira etapa do 4º projeto de exportação de franquias 2011/2012, a ABF e a Apex-Brasil, promoveram uma missão empresarial ao Peru. Só este ano, o convênio levou empresas e empresários brasileiros para mais cinco países: Panamá, Portugal, China, Colômbia e Filipinas.

O objetivo desta missão foi de levantar informações acerca do mercado peruano e promover uma aproximação com potenciais investidores daquele país, divulgando oportunidades de negócios dos dois países.

Participaram da missão as empresas Casa do Construtor, Caverna do Dino, Emagrecentro, Rabusch, Trópico e Hering, além de executivos da editora Lamônica e da ABF Seccional Rio de Janeiro. A convite da ABF, a empresa 5àSec enviou sua executiva de expansão, uma vez que o desenvolvimento da franquia na América Latina será realizado pela empresa no Brasil.

Esta é a segunda missão comercial que a ABF promove ao país (a primeira ocorreu em 2007) e segundo o gerente de relacionamento da ABF, Rogério Feijó, neste período o Peru vem atravessando um forte crescimento econômico, com inflação baixa e controlada, estabilidade política e econômica e taxas de crescimento superiores às do Brasil (O PIB peruano cresceu 8,8% em 2010). `O que se vê, principalmente em Lima, é uma transformação urbana bastante positiva, com muitos empreendimentos imobiliários e obras de infra-estrutura, sobretudo viária`, observou.

Para Feijó, o alto grau de informalidade nas empresas é um ponto negativo, porém o Peru é, segundo o índice `Doing Business`, o 2º país mais atrativo para investimentos internacionais na América Latina. O governo peruano oferece benefícios para empresas estrangeiras que investem no país.

A ABF contou com importante apoio da Embaixada do Brasil em Lima e de entidades peruanas, como a Câmara Peruana de Franquias, Câmara de Comércio de Lima, Capebras, ACCEP, ProInversión e Câmara de Comércio de Arequipa.

A programação contou com um seminário seguido por rodadas de negócios, realizado nas dependências da Embaixada Brasileira em Lima. O evento foi aberto pelo Embaixador Carlos Alfredo Lazary Teixeira e contou com a presença de 50 pessoas, entre empresários peruanos, representantes de entidades locais e imprensa. Miguel Veja Alvear, presidente da Câmara Binacional de Comércio e Integração Peru Brasil (CAPEBRAS), fez uma importante apresentação abordando as oportunidades de negócios entre os dois países.   

Na ocasião o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, apresentou o desempenho do franchising brasileiro e na sequência cada uma das empresas teve a oportunidade de falar sobre a sua marca, conceito e objetivos no Peru.

A agenda incluiu ainda reuniões na Câmara de Comércio de Lima, na Agência de Promoção de Investimento do Peru – ProInversión, na Associação de Centros Comerciais do Peru (ACCEP) e com empresários do setor de shopping center.

A primeira reunião ocorreu na sede da empresa Real Plaza, que administra 11 shopping centers no país, sendo cinco em Lima. De capital 100% peruano, faz parte do grupo Interbank, que também opera uma rede de supermercados (Plaza Vea), uma rede de farmácias (Inka Farma), hotéis (Casa Andina), cinemas (Cine Planet) e a recém adquirida cadeia de fast food Bembos, especializada em hambúrgueres, com 55 lojas em operação. Os executivos da empresa apresentaram os perfis dos empreendimentos, os custos de ocupação e se mostraram interessados pelas marcas brasileiras.

A segunda reunião ocorreu no Plaza San Miguel, mais voltado para as classes B e C e que está com 100% das lojas ocupadas. É um complexo tipo `open mall` que reúne principalmente marcas e redes locais e que está iniciando um projeto de expansão.

O grupo da ABF concluiu a rodada de reuniões no centro comercial Jockey Plaza, atualmente o maior e mais importante shopping center do país, com cerca de 300 lojas. A última expansão criou a área Boulevard, que reúne renomadas marcas e grifes internacionais e inaugurará em breve a primeira loja Zara no Peru. `A reunião na agência ProInversión foi importante para obter informações oficiais acerca da situação político-econômica do país, sistema tributário, questões trabalhistas e linhas de financiamento`, apontou Camargo. Segundo o diretor, por meio da informatização dos processos, hoje é possível abrir uma empresa em até 30 dias.

A missão seguiu viagem até Arequipa, a segunda maior cidade peruana, com cerca de 900 mil habitantes. Predominantemente de rua, o varejo se apresenta pouco organizado, constituído de pequenos negócios locais. O desenvolvimento do comércio na região está sendo impulsionado principalmente por grupos chilenos, como o Falabella e o Parque Arauco, que inaugurou o centro comercial Parque Lambramani, com 100 lojas e complexo de entretenimento.

O grupo se reuniu com o gerente da Câmara de Comércio e Indústria de Arequipa, Rafael Chirinos de Rivero, que fez uma apresentação acerca das atividades da entidade e oportunidades de negócios. Coincidentemente, naquele mesmo momento, a Câmara estava recebendo uma delegação de empresários vindos de Rio Branco, no Acre.

A missão foi encerrada com uma visita técnica a Cuzco, cidade histórica de 300 mil habitantes e com grande presença de turistas, atraídos principalmente por ser o ponto de partida para Machu Picchu. O comércio na região é pouco desenvolvido, predominantemente de rua e com uma presença pequena de marcas conhecidas, basicamente de fast food. No centro histórico se encontra uma grande concentração de lojas que comercializam souvenires, jóias, bijuterias e têxteis, principalmente produtos de lã de alpaca.

Em fase de lançamento, o Centro Comercial Plaza San Antonio del Cuzco, que contará com 115 lojas e será administrado pelo Jockey Plaza Shopping Center, deverá abrir as portas em dezembro de 2012.

Conclusões

A ABF identificou sete operações de franquias brasileiras no país: Casa Cor, Lilica Ripilica, Localiza, Totvs, Via Uno, Showcolate e Zebra Zero.

Segundo dados da Câmara Peruana de Franquias, há atualmente 170 conceitos de franquia em operação no país, sendo 70% de origem estrangeira, sobretudo marcas americanas. Isso sinaliza uma oportunidade para a entrada de conceitos brasileiros, principalmente das áreas de educação, serviços, acessórios pessoais, calçados e vestuário, beleza e saúde.

`A visita foi muito boa. O país que a gente conhecia mais pelo turismo é um excelente canal de expansão, com um mercado crescente e com shoppings organizados com muito potencial para levar as marcas brasileiras`, comenta Gustavo Schifino, Diretor regional Sul da ABF.

Segundo Feijó, as franquias que mais se destacam estão ligadas à gastronomia, com predominância de pratos à base de pescados, frutos do mar e frango.  `É possível saborear refeições bem elaboradas sem gastar muito nos inúmeros restaurantes espalhados pela capital Lima. Outro ponto de destaque é a indústria têxtil peruana, que atingiu um elevado padrão de qualidade e produtividade, atraindo a produção de peças de vestuário de importantes marcas internacionais`, concluiu.