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A franquia sobe o morro

Revista Isto É Dinheiro (Especial Franquias) – 09/06 – Andréa Assef
 
Nos últimos anos, a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em 28 favelas na cidade do Rio de Janeiro abriu as portas para novos negócios, como as redes de franquias. E um mercado consumidor que movimenta R$ 13 bilhões por ano, segundo o Instituto Data Popular, e atrai empresas em crescimento.
 
Há cerca de dois anos, a rede de fast-food Subway instalou sua primeira unidade no Complexo do Alemão, próxima ao teleférico que liga cinco comunidades com 60 mil moradores. A loja recebe entre oito mil e 10 mil clientes por mês. “O movimento é um pouco acima da média de outras unidades em áreas com a mesma densidade demográfica”, diz Max Lemos, agente de desenvolvimento da Subway no Rio. “Os consumidores são os mesmos dos outros bairros populares. A diferença é que agora eles não precisam sair de lá para comer no Subway.” Uma das vantagens da rede é a facilidade operacional: não é preciso usar fogão nem ter gás encanado, pois o cardápio não traz frituras nem assados. O investimento em uma loja de 80 a 100 m.2 está em torno de até R$ 450 mil. A Subway também está na Rocinha e em Rio das Pedras. A Rocinha concentra o maior número de franquias, com as redes Bob’s, Pinkbiju, Yes! Idiomas e Vestcasa.
 
Com suas ruas estreitas, escadarias e ladeiras, as comunidades exigem uma adaptação das redes de franquias e dos próprios empreendedores. Foi o caso de uma franqueada da rede Yes! Idiomas, também presente no Complexo do Alemão e no Complexo do Caju. Em vez de subir de carro, a empreendedora passou a usar o serviço do moto-táxi das comunidades. Com isso, ganhou mais simpatia e respeito dos moradores. Segundo Flavio Gonzaga, diretor de operações da YES!, o volume de alunos nessas unidades é excelente. “Já temos 350 alunos no Alemão, menos de um semestre depois da inauguração”, diz. São 170 unidades, com mais de 60 mil alunos em 12 Estados.
 
Beto Filho, presidente da representação da Associação Brasileira de Franquias no Rio de Janeiro, vê um interesse cada vez maior dos empreendedores das comunidades. “Nas feiras de franquias, percebemos um aumento das visitas desse público. Muitos chegam com seus tablets e em busca de informações”, diz Beto Filho. A ABF-Rio firmou um acordo com a Associação Comercial e Empresarial Novo Alemão e Penha para intermediar o contato entre moradores e empresários.