*Ana Vecchi
É considerável a expansão do número de shopping centers em operação e de negócios agregados no Brasil. A Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) estima em 241 os empreendimentos em funcionamento, além de 21 em construção. A tendência de crescimento amplia-se a cada ano e não fica restrita apenas às capitais ou cidades de grande porte.
O nível tão alto de investimento denota o sucesso de um conceito. Longe de ser apenas um centro de compras, um shopping center traz uma série de diferenciais atrelados: segurança, comodidade, conforto, serviços e lazer, tudo em único lugar. Não à toa, um estudo realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), credita a ampliação deste mercado às deficiências de infra-estrutura no processo de desenvolvimento urbano. E isso vale não apenas para locais de concentração populacional; aplica-se também às cidades do interior.
Nesse sentido, a preocupação mais forte tem sido a de ampliar a função social e comunitária do shopping center, oferecendo grande variedade de serviços, lazer e cultura. Dessa forma, o conceito do negócio atualiza-se por meio da alteração de seu perfil ou de propostas diferenciadas de atuação.
Há ainda uma série de aspectos que tornam rentável para muitas redes de franquia o investimento em lojas de shopping center: segurança, maior visibilidade da marca pelo consumidor, público selecionado e com certa estratificação, mídia cooperada, limpeza e climatização, entre outros.
Mas nem tudo são flores. Franqueadores e franqueados reclamam de custos elevados para operação, do lucro reduzido, da necessidade de contratação de equipes cada vez maiores em função da amplitude e adequação aos horários de funcionamento impostos pelo local. Há descontentamento ainda com o mix de lojas que impõe uma concorrência acirrada e muito próxima, por vezes não estudada previamente e das regras administrativas muito rígidas. São fatores que acabam engessando investimentos mais significativos.
Há ainda as vantagens decorrentes de associar a marca de cada empresa a esse tipo de empreendimento. A convivência da franquia com outras lojas gera sinergia com negócios complementares, e tem ainda o potencial de alavancar novas marcas ou consolidar e divulgar as já existentes. A expansão em decorrência do crescimento do próprio mercado de shopping centers é outro fator a ser considerado.
A definição sobre a modalidade de negócio mais vantajosa é exclusiva de cada rede. Nos casos de franquias de alimentação, é quase consensual a visão de que há mais prós do que contras. Quase sempre centralizadas em um único ponto, enfrentam enorme concorrência, mas o benefício do afluxo de público é ainda maior.
Não há uma regra clara para os demais segmentos e parece impossível alcançar um termo comum. Para cada rede ou franqueado, existe um objetivo diferente e isso implica em maneiras mais ou menos adequadas para trabalhar a expansão e consolidação da marca. O importante é não descartar nenhuma hipótese.
*A consultora Ana Vecchi é sócia da
Vecchi Ancona Estratégia e Gestão
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