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Parcerias público-privadas em São Paulo atraem franquias

Parcerias público-privadas em São Paulo atraem franquias

Postura da nova gestão municipal tem envolvido empresas privadas na manutenção da maior cidade da América Latina. Saiba quais franquias já participaram

Na manhã do dia 17 de abril, o perfil oficial do Prefeito de São Paulo, João Doria Junior (PSDB/SP), divulgou uma lista com mais de cem empresas. A relação era aguardada no Portal da Transparência da Prefeitura, mas foi divulgada antecipadamente pelo próprio mandatário, e revelou as companhias que doaram para a cidade nos primeiros quatro meses de seu governo. Entre os nomes citados, era possível identificar algumas redes franqueadoras como Chilli Beans, Cacau Show, Mundo Verde e Alphagraphics.

A visibilidade e a oportunidade de devolver à cidade o que conseguiram são os principais argumentos apresentados tanto pela gestão Doria, quanto pelas empresas para essa parceria. E quem ganha, segundo o Prefeito, é a própria cidade. “Graças ao apoio da iniciativa privada estamos viabilizando uma série de melhorias para São Paulo e para o bem-estar das pessoas. Como gestor, vou trabalhar para encontrar soluções imediatas para os principais problemas da nossa cidade” escreveu o Prefeito na mesma postagem que divulgou as empresas doadoras, em março.

“A mobilização do meio empresarial, buscando contribuir para as soluções no atendimento à população em geral, é sem dúvida uma ação solidária de grande importância para todos nós”, afirma o presidente da São Paulo Negócios (SPNegócios), Juan Quirós.

O CEO da Chilli Beans, Caito Maia, revela que já tentou oferecer ajuda em gestões anteriores, mas nunca encontrou as portas abertas, como agora. A empresa doou os óculos que serão usados pelos agentes de trânsito (antigos marronzinhos, que agora serão identificados como amarelinhos). “Existe uma questão de confiança nessa ação, é possível ver as coisas acontecendo. Ele não nos pede dinheiro, pede o que a gente tem, no meu caso é óculos”, explica.

Maia acredita que a visibilidade de São Paulo ajudará outras prefeituras a abrirem as portas para a contribuição das empresas. “É um exemplo para o Brasil de como fazer a gestão das cidades. E uma das coisas mais legais é que vai ajudar a fomentar e multiplicar as ações”, afirma.

Atendendo a um chamamento público do prefeito, cinco mil livros impressos pela Alphagraphics chegarão a 80 pontos nos próximos meses. São 54 bibliotecas, 15 pontos de leitura e 13 bosques de leitura. “Atingir todos esses locais foi um dos chamarizes”, revela o CEO da marca no Brasil, Rodrigo Abreu.

É importante pontuar, no entanto, que essa não é a primeira ação social da Alphagraphics. Mundialmente, a marca tem uma política de envolvimento em projetos sociais, só no Brasil a empresa já atende a AACD, a Make a Wish e a ADUS, voltada ao acolhimento de refugiados, por exemplo.

As obras serão doadas de acordo com o perfil de cada ponto, segundo Abreu. “Estamos providenciando um rol de livros que consiga atender crianças, adolescentes e adultos”, comenta.

Parceria chama atenção

O ineditismo da ação, em São Paulo, fica por conta da abertura do Poder Público para receber iniciativas das empresas, que não sejam monetárias, segundo Abreu. “A iniciativa incentiva que outras pessoas acreditem no Poder Público. Não podemos achar que tudo o que fazemos não dá certo e nos distanciarmos. Eu creio que as outras cidades vão perceber que não podem ficar distante do mercado privado”, explica.

Em ambas as empresas, a falta de transparência nas informações de utilização das doações era um impeditivo, até então. “Doamos mantimentos e outros itens em casos de enchente, mas como saber que isso chega aos destinatários?”, questionaAbreu. O franqueador afirma que acompanhará a entrega de todos os livros para se certificar de que chegarão às mãos certas.

No início de junho, o jornal Folha de S. Paulo noticiou a criação da secretaria Investimento Social, para concentrar e viabilizar recursos e doações do setor privado para o programa da prefeitura, com foco em educação, saúde e assistência social. De acordo com o jornal, o responsável pela pasta será o executivo Cláudio Carvalho de Lima.

Reinserção social

Cerca de cem novos funcionários da rede McDonald’s em São Paulo serão egressos do programa Trabalho Novo, que pretende reinserir pessoas em condições de rua no mercado de trabalho. “Por meio dessa parceria, a rede também mostra o lado que poucos conhecem: somos o maior gerador de oportunidade para o primeiro emprego do País. Nosso compromisso é com a sociedade, oferecer a ela a oportunidade de empregar quem precisa e gerar valor para o entorno”, explica o diretor de comunicação corporativa do McDonald’s Brasil, David Grinberg.

O executivo comenta que a rede está de olho em possíveis iniciativas similares em outras prefeituras para participar, da mesma forma. “O McDonald’s é uma empresa que está sempre atenta a oportunidades. Como a rede já é considerada maior empregadora de jovens de primeiro emprego, achamos que poderíamos contribuir ainda mais”, explica.

A oferta de empregos é uma das principais contribuições do franchising para a cidade, na visão de Quirós. “As franquias, assim como outros tipos de negócios, têm papel determinante na geração de emprego e renda, importantíssimo sob os aspectos sociais e para a economia do Município”, afirma.

Fomento à ação social

Na visão da diretora da consultoria Bittencourt, Claudia Bittencourt, a iniciativa é uma grande oportunidade para aproximar a empresa da comunidade. “O pouco que foi feito já traz impacto para as marcas. Não pensando só em marketing, a contrapartida é que traz impacto positivo na mente do consumidor, porque ele busca avaliar as empresas nesses aspectos também”, avalia.

Claudia explica que o franchising já possui iniciativas com esse viés, mas ainda são poucas e que o incentivo governamental estruturado pode ajudar a fomentar. “Se a empresa faz algo no meio onde está, pode influenciar o meio e fazer com que se torne uma ação maior, com repercussão significativa na sociedade”, explica.

Riscos

Claudia comenta que a empresa precisa participar da ação sem se preocupar com viés político ou hasteamento de bandeiras. “Se for verdadeiro, não importa o que parte da sociedade pensa do político, isso não deve influenciar”, acredita.

Ações que contemplam reinserção têm desafios ainda maiores. “Pessoas que passam por mazelas severas vão ter dificuldade de se inserir em ambientes mais saudáveis. O grande desafio é fazer com que ela se sinta realmente inserida”, comenta.

 

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