Início Revista Franquia e Negócios Revista Franquia e Negócios - Fev/17 Franchising cresce 8,3% em 2016 e fatura R$ 151,2 bilhões

Franchising cresce 8,3% em 2016 e fatura R$ 151,2 bilhões

Franchising cresce 8,3% em 2016 e fatura R$ 151,2 bilhões

De acordo com dados divulgados pela ABF, já são mais de 142 mil unidades franqueadas em operação no Brasil

Em meio a um dos anos mais desafiadores para a economia brasileira, o franchising conseguiu se sobressair e crescer 8,3%. O faturamento do setor fechou 2016 em R$ 151,247 bilhões, de acordo com a Pesquisa de Desempenho do Franchising da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Em número de unidades franqueadas, o setor cresceu 3,1%: já são 142.593 franquias em funcionamento no Brasil. Isso evitou o encolhimento da oferta de empregos, como se viu na economia brasileira: dados do IBGE mostram que 2016 registrou taxa de desemprego de 11,5%; a mais elevada da série histórica, iniciada em 2012. Já no franchising, o número de pessoas empregadas diretamente pelas franquias teve um leve aumento de 0,2% sobre 2015, para 1,192 milhão.

As franquias já estão em 2.321 municípios, 42% do total. Ainda há muito espaço para crescimento em solo nacional.

Número de marcas
Ainda que moderado, o franchising viu o primeiro recuo de redes em mais de dez anos. Agora existem 3.039, 1,1% menos do que em 2015. “A expectativa é que em 2017 surjam novas marcas, mas a tendência é termos o aumento médio de unidades por rede, o que mostra a consolidação do setor”, comenta o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior.

De acordo com o diretor de inteligência de mercado e sustentabilidade da ABF, Claudio Tieghi, a crise econômica desencorajou algumas redes menores a continuarem no sistema e isso fez com que o franqueador adquirisse as unidades abertas. Essa seria uma das explicações para o recuo. “Pequenas redes, com até dez unidades, assumiram as franquias. É um momento importante de consolidação do setor”, explica.

Sul e Nordeste crescem
O Sudeste permanece sendo o maior polo de sedes de redes franqueadoras, com 70,9% de participação – leve recuo ante 71,4% de 2015. O Sul e o Nordeste foram as únicas regiões a apresentar evolução. A primeira passou de 16,7% para 17,3% e a outra foi de 7,4% para 7,5%. Centro-Oeste manteve a fatia em 3,7% e Norte teve pequena queda de 0,8% para 0,7%. Olhando mais adentro das regiões, é possível perceber que, apesar de 53,2% das redes ainda estarem em São Paulo, Paraná (8,0%), Rio Grande do Sul (4,7%), Santa Catarina (4,6%) e Pernambuco (2,4%) apresentaram crescimento em 2016.

Internacional
Já são 138 marcas de franquia com atuação no exterior, em 61 países. Destas, quatro exportam e mantêm unidades no exterior e oito apenas exportam para 80 destinos. Até o levantamento anterior, 134 marcas operavam internacionalmente.

Os Estados Unidos continuam sendo o destino preferido pelas marcas brasileiras. No total, 49 redes mantêm lojas por lá, seguido pelo Paraguai, com 29 marcas. Portugal aparece em terceiro lugar com 26 redes brasileiras em operação.
Moda é o segmento com maior presença outros países, com 27,5% de representatividade, seguido de Alimentação, com 15,9%, e Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 14,5%.

50 maiores redes do Brasil detêm quase 30% das unidades

Pela primeira vez, a ABF divulgou o ranking das 50 maiores redes de franquia, em número de unidades, com operação no País. Os dados foram informados pelas próprias redes associadas à ABF, por meio do sistema da entidade. O segmento de alimentação se destacou com maior participação entre as 50+.

Apesar de a maioria (68%) já ter mais de dez anos no mercado, 8% têm menos de quatro anos de atuação. “Isso comprova que é possível ter uma franquia entre as maiores do mercado com menos tempo de atuação”, afirma o diretor de inteligência de mercado e sustentabilidade da ABF, Claudio Tieghi.

Para este levantamento, a ABF já considerou o novo sistema de classificação dos segmentos do franchising, realizado com base em fontes de referência como a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), entidades internacionais correlatas, universidades e institutos de pesquisa.

Somadas, as franquias listadas detêm 41.679 unidades, quase 30% das 142.593 em operação no Brasil atualmente. Alimentação corresponde a 36% das redes, o dobro do segundo colocado, Serviços Educacionais.

As lojas são o principal ponto comercial adotado por 94% das 50 maiores marcas e 6% estão em demais formatos. “Embora a diversificação de pontos de venda e estratégias multicanal venham crescendo, entre as 50 maiores a loja física possui um papel preponderante. Especialmente no franchising acreditamos que o local físico é um grande concretizador dos valores da marca, da experiência de consumo e do relacionamento com o cliente, por isso sua importância em um mundo cada vez mais digital”, afirma Tieghi.

Franchising brasileiro ganhou 11% novas microfranquias em 2016

Estudo inédito da ABF revelou que existem 557 marcas com operação de microfranquia no Brasil, 11% a mais do que em 2015. A pesquisa Perfil das Microfranquias no Brasil identificou, ainda, que 79,8% dessas redes operam exclusivamente com o modelo reduzido de franquia e 20,2% atuam também com o formato tradicional. Quem oferece os dois modelos tem, em média, 42% de microfranquias.

Mais da metade (56%) das redes que operam com dois ou mais formatos de franquia não têm estrutura exclusiva para atendimento às microfranquias.

Um dado que pode mudar esse panorama na próxima edição do estudo é que 36% das redes que ainda não atuam com microfranquias pretendem desenvolver um modelo com investimento inicial reduzido nos próximos anos. “À medida que a economia retrai, as franqueadoras pensam em melhorias e inovações nos modelos de negócios e formatos”, explica o diretor de inteligência de mercado e sustentabilidade da ABF, Claudio Tieghi.

Os jovens são o público que mais investem em microfranquias. De acordo com o levantamento, a faixa etária predominante é de 26 a 35 anos. A primeira habilidade que os franqueadores mais procuram em microfranqueados é a comercial, seguida de gerencial e operacional.

O presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, vê com bons olhos o interesse das marcas em microfranquias, uma vez que democratiza o acesso ao setor e ajuda a levar a bandeira do franchising para cidades cada vez menores. No entanto, frisa que as responsabilidades devem ser as mesmas. “De qualquer forma, é importante ressaltar que a essência do franchising, da relação franqueador-franqueado, é a mesma dos demais formatos, assim como as obrigações e deveres, regulamentados pela Lei do Franchising”, afirma.

Entre as redes que atuam exclusivamente com microfranquias, 31% têm mais de cem unidades e 25% têm menos de dez. “Esse dado revela a consistência do modelo e o crescente número de novas franqueadoras nesse formato”, pontua Tieghi.

 

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