Espaço mensal no bolso do cliente

Espaço mensal no bolso do cliente

Clubes de assinatura virtuais faturam R$ 690 milhões em 2016, mas ainda têm presença tímida no mercado de franquias, mesmo nas lojas físicas. Conheça algumas redes que já iniciaram seus modelos

Perto de completar um ano de atuação nos Estados Unidos, a Emagrecentro já conseguiu trazer inovações inspiradas no mercado para as unidades brasileiras. A primeira delas foi implementada em março: um clube de assinaturas chamado EsthetiClub. O cliente paga um valor mensal e pode fazer tratamentos inclusos nos pacotes que vão de R$ 149 (Bronze) a
R$ 299 (Ouro).

O valor por tratamento reduz para o consumidor e ajuda a aumentar o tíquete médio da franquia – deve passar de  R$ 2,5 mil, segundo o CEO da rede, Edson Ramuth. “Vai ser oferecido da mesma forma que é praticado nos Estados Unidos. O consumidor brasileiro ainda não tem familiaridade com clubes de vantagens, mas vamos dar o suporte para impulsionar”, afirma.

Na visão da diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e coordenadora acadêmica da Academia de Varejo, Patrícia Cotti, o clube de assinaturas tem ganhado força no Brasil e no mundo graças às tendências de compartilhamento de produto e necessidades de afirmação de estilo de vida, impulsionados pela geração Millennial. “O compartilhamento e o reuso de produtos, para itens cujo valor agregado se aparenta elevado, são muito verificados no mercado internacional com o lançamento de startups bem-sucedidas de assinaturas com ‘aluguel’ de mercadorias”, explica.

Conveniência e curadoria

Existem duas classificações possíveis para clubes de assinatura, a primeira oferece praticidade e visa suprir necessidades básicas dos clientes, com produtos como comida, higiene, pets, cosméticos etc. A outra tem aspectos ligados a curadoria, com foco em experiências, como rótulos de cervejas especiais, vinhos e livros, por exemplo.

Comodidade, conveniência ou curadoria são os principais itens vendidos para o cliente em um clube de assinaturas. É a chance de a empresa ter contato direto com o consumidor, sem que haja esforço recorrente de venda. “Muitas vezes, o fato de ser algo periódico faz com que o consumidor receba o produto sem antes pensar sobre ele. Em um modelo de transação única, a cada compra, há uma análise sobre os benefícios, trazendo-o para uma racionalidade, com maiores riscos de desistência”, explica Patrícia.

A rede de restaurantes Água Doce iniciou o Clube do Whisky em 2005. O cliente adquire uma garrafa de whisky da marca Johnnie Walker, por um preço especial, e se associa. A partir daí a garrafa fica guardada para futuras visitas. “A intenção é trazer o cliente mais vezes à casa para que ele venha com outras pessoas e, assim, consuma outros produtos e amplie também o número de frequentadores”, explica o coordenador de treinamentos da rede, Guilherme Martinelli.

Os principais desafios da medida são adequar as metas, de acordo com o executivo, e engajar os garçons a oferecer o Clube. No entanto, ainda não é o carro-chefe da franqueadora. “Não é um produto que a rede investe muito porque whisky não é o foco da casa e as garrafas são pagas ao fornecedor à vista. É mais um atrativo de markerting do que um produto lucrativo”, afirma.

Clubes virtuais

O e-commerce consagrou-se como um dos braços mais rentáveis do varejo em todo o mundo. Aos poucos as empresas perceberam que o canal não deve concorrer com as lojas físicas, mas sim convergir. Isso estimulou o desenvolvimento de estratégias de fidelização que passaram a transformar compras únicas em aquisições periódicas. É esse o terreno mais fértil para o plantio de clubes de assinaturas.

A especialista do Ibevar assegura que o clube para e-commerces pode se tornar viável com pouco investimento, mas é preciso dimensionar corretamente a demanda, pois o atendimento pode se tornar um gargalo.

“Por trabalhar muito com a conveniência, a chance de decepcionar as expectativas do consumidor é grande, sendo a entrega e a assiduidade do serviço elementos de extrema importância”, ressalta. Isso acaba tornando a logística e o prazo de entrega os principais vilões do processo. Algo que o franchising pode suprir, devido à capilaridade mais avançada do que outros modelos de expansão.

Uma franquia que se lançou no modelo, nos últimos anos, foi a Mr. Beer. O Clube Mr. Beer previa a seleção criteriosa de rótulos, feita por sommerliers da rede.

Além das cervejas, os kits ofereciam experiências gastronômicas. O cliente recebia de dois a quatro rótulos de cervejas nacionais e importadas, material com informações e dicas de harmonização, além de fichas de degustações colecionáveis e mais uma surpresa diferente em cada kit. Dependendo da ação, os associados recebiam descontos de até 70% em todas as lojas da rede.

A marca, no entanto, afirma estar repensando o modelo e ainda não tem uma previsão de quando ele será divulgado ao mercado.

 

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